Literatura | Gospel | Pequena Reflexão | Mateus 5, 22.

 Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo (Mateus 5, 22). A Palavra de Deus que vem, hoje, ao nosso encontro é um convite para revermos nossas atitudes e posições frente ao nosso próximo.
Quem nunca ficou com raiva de alguém? Quem nunca ficou ressentido, magoado, dolorido com alguém por alguma ofensa, mal-entendido, por algo que nos incomoda na pessoa do outro? As nossas atitudes são muitas diante dessas situações, mas a verdade é que, num primeiro momento, a cólera e a ira tomam conta de nós. Se dermos corda para a cólera que vem, nosso sangue ferve e sobe às alturas. Você pode ser a pessoa mais calma do mundo, ter temperamento introvertido, não ser aquela pessoa que fala, mas quando pisam no seu calo, no seu pé, ah… O sangue sobe!, como outros costumam dizer. A questão não é a raiva nem a ira que tomam conta de nós naquele momento, quando não conseguimos nos controlar; o problema é aquilo que segue com a ira e a raiva ou as atitudes que podemos tomar a partir desse fato. Quando alguém está com raiva, muitas vezes, explode e diz o que não devia, até se arrepende, mas sai tanta coisa da boca, que se a situação, que não estava boa, torna-se ainda pior devido à nossa reação. Como eu sei que nenhum de nós têm sangue de barata, precisamos muito clamar para que o Sangue de Jesus nos conceda têmpera e autocontrole, que nos conceda saber o momento de nos conter, procurar a calma para não nos entregar à ira e não sermos inconsequentes, para não entornarmos o caldo, não deixarmos que a coisa se torne pior do que está. Todos nós temos o “direito” de sentir raiva, de não gostar do que o outro fez, só não podemos cair na mesma pilha, não podemos misturar o mal com o mal, não temos o direito de humilhar o outro com palavras duras e agressivas, porque isso tira o nosso direito e nossa razão, torna-nos pessoas inconsequentes. Deus nos faz, hoje, um convite para purificarmos nossa têmpera, nosso coração e sentimento, porque, quando “explodimos”, é sinal de mágoas, coisas guardadas e palavras conditas, as quais, no momento da provocação, explodem e vêm para fora. A reconciliação acontece quando temos a disposição de purificar o nosso interior, nossa alma e coração, e não nos deixamos levar pelos nossos sentimentos, menos ainda pelos nossos ressentimentos.