Reflexão Lucas 7,47.

Jesus, hoje, vai fazer refeição na casa de um fariseu. O fariseu é uma pessoa muito religiosa, é uma pessoa bem convertida, sabe de tudo da Lei, da doutrina, das coisas de Deus. Por isso, o fariseu já está acostumado com tudo que é de Deus, para ele não há mais nenhuma novidade, já conhece tudo das Escrituras. Quando vamos mostrar a eles uma novidade: ‘Olha o que Deus está mostrando aqui!’ É como se ele respondesse: ‘Eu já conheço! Não representa nada para mim! Eu já sei o que é!’.
Sabe, meus irmãos, o espírito farisaico é terrível, porque nos leva à chamada ‘acomodação religiosa, espiritual’ e nos leva a sentirmo-nos pessoas diplomadas na fé, no conhecimento de Deus, diplomadas na espiritualidade. É como se dissessem: ‘Eu já passei por todas as etapas! Já passei por todos os sofrimentos! Já conheço tudo o que é da Bíblia, das Sagradas Escrituras! Já sei tudo que é da Igreja!’. De modo que até a oração, muitas vezes, é fria, acomodada, muito ritualística, porque ele já sabe o que tem para fazer. Nada que vem de Deus vai ser novo, é apenas mais um ritual a ser feito.
Quando Jesus entra na casa deste fariseu é recebido como mais um, mas uma mulher pecadora se aproxima de Jesus e se despeja, se despoja de coração para o seu Senhor; com suas lágrimas, com todo o seu ser. A ela o Senhor diz:”Todos os seus pecados estão perdoados!”(cf. Lucas 7, 48). Por que? Ela mostrou total arrependimento, total fervor para com a presença do Senhor.
Isso chama a atenção para uma realidade de nossos dias: a frieza dos convertidos e o fervor dos pecadores. Quem já se acha convertido, muitas vezes, trata as coisas de Deus com uma frieza sem igual. Vai à igreja porque tem que ir, está ali presente de corpo; é assim mesmo, cumpriram seu preceito e está muito bom.
O pecador, tão necessitado do perdão, da misericórdia de Deus vem com o fervor da alma, do espírito. Até o “amém” do pecador é diferente do “amém” do convertido. O convertido responde ‘amém’ já até sem abrir a boca, o pecador sabe que aquele amém significa a salvação.
Por isso, meus irmãos, Jesus está dizendo: “Quem muito ama, muito se perdoa. Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor”(Lucas 7, 47). Ou seja, se já somos muito santos e temos poucos pecados a serem perdoados – ‘Está bem! Obrigado Senhor!’. Quem reconhece as profundezas da sua miséria é sempre necessitado da misericórdia divina e nunca perde o fervor de amar a Deus e de buscá-Lo de todo coração!
Que não caiamos na frieza espiritual dos convertidos, mas que a cada dia o fervor de um pecador necessitado, abrase o nosso coração!


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